O médium de Umbanda. Autor sacerdote ortiz belo de souza
Ser médium, uma função nobre! Na verdade, todas as pessoas
possuem este magnetismo fantástico que nos possibilita mediar forças. Tudo na
Criação é fantástico; o ser humano foi gerado como uma verdadeira engrenagem
para o universo; não estamos soltos e sim interligados a esferas das mais
variadas. O corpo físico humano possibilita isto, pois ele é feito de pura
energia aglutinada gerando um campo energomagnético que forma a aura humana
que, por sua vez, está intrinsecamente ligada ao campo mediúnico espiritual.
Cada átomo de nosso corpo forma um campo gerador de
eletricidade; este por sua vez faz interagir uns com os outros, formando
possibilidades interessantes, onde o campo mental é o grande direcionador,
atuando através da glândula hipófise e da glândula pineal. Somos o que
pensamos; portanto a formação do médium é puramente pautada em seu conceito de
vida, na maneira com a qual ele reage em relação aos acontecimentos, em relação
ao seu conhecimento.
Bem, este tema fica para abordarmos mais adiante, onde enfatizaremos
a mediunidade; por enquanto vamos buscar compreender o médium. Embora já
colocado que todos somos médiuns, é de se enfatizar que ser médium de trabalho,
atuante, é uma ação diferenciada; um médium de trabalho tem que estar preparado
para os vários choques que seu campo mediúnico vai receber. Quando eu digo
choques, estou colocando sobre a diversidade de impactos que existem dos planos
espirituais para o medianeiro, bem como de seus contrários em relação ao
trabalho edificante que ele traz. Sendo assim, os choques não significam
sofrimentos, significam uma oportunidade de evoluir a cada momento em sua
jornada espiritual. E, como já bem colocado pelos guias espirituais, quando
servimos as pessoas com nossa mediunidade, passamos a iluminar nosso espírito;
tudo o que projetamos aos nossos irmãos assistidos, recebemos em dobro, e isto
é glorioso. Além de que, viemos nesta encarnação para proporcionar resgates,
muitas das vezes em um trabalho espiritual onde beneficiamos alguém, estamos
resgatando algo de nosso passado.
A formação de um médium depende de informações, de estudo,
de compreender a si mesmo; precisa ser religioso contemplativo, só assim
gera-se o Poder da Fé. Como no decorrer da obra vou citar sobre a forma
contemplativa, procurarei explicar dentro de meu ponto de vista, para que o
amigo leitor interaja com o que está sendo colocado. Não existe trabalho
espiritual se não houver fé – creio que com isto todos concordarão. Porém, para
sentirmos o Poder de Deus, as forças dos Orixás e a essência dos espíritos
guias, temos que exercitar este ato pela contemplação. Busquemos ir além da
chama da vela, além das ferramentas e paramentos comuns em nossos rituais,
vamos ainda além do próprio rito. O que encontraremos é a essência divina da
Criação! Fechemos os nossos olhos e nos entreguemos em nossa devoção, onde
nosso batimento cardíaco é sentido e escutado por nós. Enchemo-nos de
felicidade, evocamos, oramos e declaramos a força do Criador em nossa
existência. Busquemos sentir nossos guias, nossos Orixás, nosso anjo protetor.
Imantamos nossos familiares com esta vibração pura e serena; alegramo-nos por
sentir nossos antepassados agradecidos pela lembrança; esta entrega, na qual
vamos além e passamos a sentir Deus – isto é contemplação. Um religioso, um médium
só será completo quando sentir isto em seu coração; algo além do material
palpável, além da pequenez humana tão limitante. Somos pequenos diante da
grandeza do Criador, mas quando esta entrega existe, deixamos de ser pequeninos
e nos tornamos parte do mistério de Deus. Sem estes sentidos, passamos a correr
riscos pela falta do limite, entramos em um estado material e egoísta onde a
indisciplina religiosa causa danos a muitos medianeiros. Procurei através do
conhecimento, através da intuição e pela a orientação das Divindades Orixás
enfatizar sobre a formação do medianeiro com apontamentos de seus atributos.
Dediquei um capítulo que está mais a frente para que haja de cada um de nós, a
reflexão, a meditação necessária para que o campo mental e espiritual do médium
seja lapidado. Independe do tempo que praticamos nossa fé, temos que ter esta
busca incessante pela melhoria de nosso espírito, e, quando dedicamos momentos
de nosso dia para com esta reflexão estamos vigiando nossos sentimentos, nossa
conduta e, sobretudo estamos ligados ao Criador.
Existem médiuns fantásticos que se perdem ou se perderam por
sua falta de disciplina, por sua falta de humildade, por ganância, por ser
apenas místico ritualístico e pela falta desta busca em relação à sua lapidação.
E na verdade, muitos dos médiuns são místicos ritualísticos apenas e não
desenvolvem sua força religiosa, não sentem em seus corações o Amor Fraternal.
Este tema é importante e uma explanação nos eleva e ajuda em nosso
desenvolvimento espiritual.
Compreensão e se compreender!Para que todos possam
compreender este ponto que é fundamental para o crescimento de quem se coloca
como médium dentro de um templo religioso. Vamos olhar dentro de nós; todos os
dias temos que nos melhorar, o aprendizado é constante e jamais devemos parar.
Comecemos com o exercício da paciência, busquemos ser tolerantes conosco e com
as situações que se encontram ao nosso redor. Depois passemos ao perdão, pois
quem não perdoa não é perdoado, assim já diz a oração que o Médium Supremo nos
deixou. Não se cobre para se tornar perfeito, mas saiba de si mesmo, de seus
limites, obrigações e deveres para com o universo; não se fragilize colocando a
culpa na espiritualidade por suas falhas ou até por sua incapacidade. Não
julgue; deixe que o julgamento seja feito pelas forças da espiritualidade e
nunca confunda justiça com vingança. Seja prudente; a prudência é sinal de
inteligência e a utilização de sua inteligência pela honra e lealdade é sinal
de caráter. Nunca inveje, ande em seu próprio caminho; ele é único; faça-o
brilhar; este brilho é o que levamos pela eternidade. Honre as pessoas que lhe
ensinaram; não profane o sagrado. Porém, se sua referência se perder, perdoe-a
e siga o seu caminho. Aprenda o máximo que puder, mas nunca negue a ninguém o
que aprendeu.
Sobre o estudo em si, já recebi pessoas em meu Templo de
Umbanda que me disseram que não precisavam estudar, pois seus guias faziam
tudo, e, portanto, o estudo não seria necessário. Infelizmente este é um quadro
comum, com o qual não podemos comungar. É lógico que manifestações ocorrem de
forma espontânea com muitas pessoas; uns são tratados como loucos, outros
conseguem entrar em um terreiro ou em um centro espírita e passam a ter um
pouco de compreensão sobre o que ocorre consigo.
Mas, se observarmos este ser humano, que reage e atua com
sua fé, o beneficiado de um passe de um irmão que tem estas características vai
sim receber bênçãos. Mas e o médium? Este continuará sendo ignorante,
continuará sendo “burro” ou “cavalo”, linguagem comum entre os guias e médiuns
de Umbanda. Temos que começar a ser aparelhos, instrumentos de trabalho, e,
assim sermos chamados por nossos guias espirituais.
Porém, se o médium não buscar estudar a espiritualidade e
sua mediunidade, poderá se perder por não conseguir absorver informações que
permeiam o campo neutro humano. Guias espirituais trabalham através do
vocabulário mental do medianeiro; se este não possuir a compreensão da
importância moral que a espiritualidade determina, ele passa a ser um alvo em potencial
de forças trevosas.
O estudo faz com que ele compreenda sua religião, seus
fundamentos e forças divinizadas, que, quando entendidas, podem direcionar suas
vibrações mediúnicas. Uma das ações que tornam o estudioso mais preparado é o
fato de que ele, quando compreende sobre as forças que vibram em sua vida,
passa a contemplar.
A contemplação é um momento único, é um estado de graça,
onde o médium age intrinsecamente sobre a égide deste poder, sentindo realmente
Deus em sua existência. O estudo então é fundamental ao médium, mesmo porque
ele é responsável por possíveis seguidores, que vão questioná-lo, e, portanto,
ele deve saber colocar seus conhecimentos para exaltar um poder do qual passa a
ser representante.
Ser um representante de uma religião é uma grande
responsabilidade; sua postura diante de perguntas sobre sua religião pode ser a
chave entre ter seguidores ou não. E aquele que por sua vez não explica sua
própria religião, tem sobre si o peso de ter aquele seguidor desmotivado a
prosseguir em um local ou, passa a ter uma pessoa que não sabe o que está
fazendo. São muitas as pessoas que passam a ir a outra religião por não ter
este tratamento explicativo claro e elevado de Amor e sabedoria. A pessoa não
contempla o que não conhece, o que lhe parece dúbio; assim, o vínculo religioso
passa a ser inexistente. Sou a favor de que antes de cada sessão haja uma
explanação do que ocorrerá dentro dos trabalhos espirituais, bem como trabalhar
os assistidos a fim de tocar em cada coração a necessidade religiosa.
Não vamos à macumba! Frase pejorativa que comumente é
utilizada por não seguidores ou por pessoas que não conhecem a realidade
religiosa. Vamos sim, à nossa religião de Umbanda! Palavra que insisto em dizer
em todos os trabalhos, relatando ainda a importância do comportamento
religioso, de buscar ter pensamentos bons. A importância de interpretar as
Divindades Orixás como extensões das vibrações de Deus, entender sobre os
espíritos guias que se manifestam nas sessões e suas funções.
O médium, quando conectado ao espírito guia (incorporado)
tem grandes responsabilidades; é responsável por vidas e, como foi colocado, o
guia espiritual atuará de acordo com o seu vocabulário mental, com o
entendimento que este tem do universo criador. Os influxos projetados ao
ambiente, ao consulente, ou mesmo à pessoa assistida com um passe, são
direcionados pelo campo mental do médium; o guia é a força do universo, da
natureza, mas é o médium o grande canal captador e direcionador. Passa a ser o
veículo de transmissão das bênçãos e estes influxos se propagam com maior
intensidade quando a mente esta ligada ao conhecimento da força ao qual
representa.
Cabe interpretarmos aqui que esta necessidade é para todas
as religiões; todas as pessoas que professam uma fé têm por obrigação saber
sobre a liturgia básica de um trabalho espiritual.
Agora, é necessário ressaltar – que tipo de estudo?
O estudo religioso! A palavra “religioso” é uma palavra que
indica aquele que ajuda a religar, ou aquele que está ligado ao Criador. Você
age como um religioso? Se alguém te caluniar e te injuriar, como e qual será a
sua atitude? E se você fica sabendo que alguém fez um trabalho trevoso contra
sua família? Como você reagiria? Se a sua resposta foi: faria oração e pediria
a Deus e aos meus guias para romper o negativismo e amparar este irmão que está
agindo erroneamente, parabéns! Você é um religioso. Mas não é desta maneira que
a maioria reage diante destas situações. Tudo isto tem algo que determina esta
postura: seu passado, sua base, seu dirigente espiritual, que irá te
influenciar profundamente neste momento, os cursos que você fez e suas
determinações. Uma influência má nos leva às trevas, a orientação em livros, em
aulas, de uma pessoa, deve ser sempre pautada no bom senso.
É por isto que temos que ter a atenção com as inúmeras
formas de explicações sobre forças espirituais. Sendo assim digo: todo estudo
que indica ataque, qualquer tipo de agressividade, críticas destrutivas,
ensinamentos que não estejam sobre a ótica Crística (de forças da Cristandade),
estes precisam ser vistos com cuidado. O critério de estudo é que tudo seja
para o bem, enfatizando os critérios que fundamentam a forma de estar
espiritualizado através do Perdão, ressaltando a Paz através do Amor e da Fé.
As salas cheias de pessoas, ou mesmo a beleza dos locais de
estudo não condiz muitas vezes com a verdade espiritual que muitos buscam. O
médium é o senhor de seu caminho e o erro cai sobre ele e não sobre os outros
pela escolha feita; estar em um local que determina o negativismo é de escolha
única e exclusiva sua. Se você planta algodão vai colher algodão; este
apontamento é para refletirmos sobre o entendimento de que precisamos buscar
apenas estudos que vão nos elevar e vão atrair perspectivas nobres em relação à
espiritualidade.
A variedade e a diversidade de interpretações sobre a
Umbanda é uma demonstração da riqueza cultural e espiritual que esta religião
possui, esta diversidade deve ser respeitada, mas, como citado, por mais que
exista esta variação, o bom senso é necessário. Bem, eu entendo que a Umbanda
foi iniciada pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes com o espírito guia Caboclo
das Sete Encruzilhadas, onde este fez a afirmação que a Umbanda estaria sendo
fundamentada pelos ensinamentos de Jesus Cristo, nosso Pai Oxalá. Eu creio
nisto, mas sabemos que manifestações espirituais existem desde tempos remotos.
Porém, existem templos de Umbanda que não aceitam esta colocação; mesmo estes
que não aceitam, creio que agem de acordo com os ensinamentos de Luz que os
espíritos guias passam e que levam aos ensinamentos Crísticos.
O que seriam ensinamentos Crísticos?
São ensinamentos de Luz, onde encontramos a força de Deus
através de palavras doces e cheias de sabedoria. Vários seres passaram pelo
nosso planeta e deixaram os indicativos do caminho da Verdade, muitas vezes não
tão fáceis, mas que elevam o espírito do homem. São bases que fundamentam
muitas religiões, seja o cristianismo, o budismo, hinduísmo, seja Jesus Cristo,
Buda, Krishna ou outros seres Crísticos que passaram por nosso planeta. Eles
passaram fontes precisas de elevação aos seres da humanidade. Seguir estes
conceitos e, “ser” estes conceitos é o grande fator de importância a um médium.
É imperioso ressaltar que não é só conhecer estes apontamentos de Luz e sim
vivenciá-los, desta maneira digo que você sabe, passa a ter sabedoria, portanto
é um sábio.
Esta é a base poderosa de todo aquele que busca trabalhar na
espiritualidade; Umbanda na Umbanda; isto demonstra a diversidade, mas esta
diversidade se unifica na base Crística do poder de Oxalá. Digo isto por que
muitos ainda confundem Justiça com vingança, Lei de Deus com execução, força de
proteção guardiã com o lado vaidoso e negativado do homem que distorce e ataca.
Uma religião tem que dar tranquilidade aos corações, dar à mente a serenidade
para passarmos pelos obstáculos que muitas vezes a vida nos traz.
O médium que segue este ensinamento como base de sua
espiritualidade tem sucesso total em sua jornada espiritual, pois seus guias
jamais corromperão esta base. Tudo que sairá da boca deste médium são palavras
Crísticas, que Jesus, Buda, Krishna e outros seres de Luz falariam.
A maior força da espiritualidade está na fé, no amar ao
próximo, no perdão, na resignação, na fraternidade e sem dúvida com o espírito
caritativo, servir sempre sem ver a quem. Não haverá força que se sobreponha
aos ditames mais elevados da espiritualidade, este é um fundamento de Umbanda.
Após a fundamentação desta base, o médium pode e tem o dever
de aprender sobre si mesmo, e sobre outras forças da Umbanda, como os Orixás e
outras forças espirituais que vão ampliar seus conhecimentos. Digo ainda, o
médium deve estudar também outras religiões, pois só assim ele terá um
posicionamento crítico sobre tudo.
Quando digo fundamentar esta base, significa é ser e viver
esta força; não é fácil realizar esta transformação interior, de ter convicções
de que tudo na diversidade da existência leva apenas a um Poder, Deus. Para o
verdadeiro médium não existe o temor, existe apenas o acreditar na Luz; jamais
tenha em mente o “será”. Por mais que a vida lhe pregue peças, por mais que
haja adversidades, sempre creia. A dúvida é alimento do negativismo, é a porta
de entrada de forças que não pertencem as esferas luminosas da criação.
O médium tem o dever de aprender sobre si mesmo. Cada um de
nós sabe das próprias dificuldades, das próprias limitações e só nós
compreendemos e interpretamos as circunstâncias ao nosso redor quando nos
conhecemos. Por exemplo, eu sei onde tenho que melhorar, você também sabe.
Todos nós temos nossos instintos mais terríveis; assim, quando conhecemos a nós
mesmos, passamos a trabalhar estas ações para que o que é ruim seja melhorado.
Não existe o coitadinho, não existe o desprovido de força espiritual, pois todos
nós possuímos estas forças; não é uma dádiva cedida apenas a alguns.
Muitos conseguem chegar a algum lugar, ou conseguem realizar
trabalhos fantásticos porque acreditam em seu potencial, trabalham seu lado
negativado e colocam a Fé acima de qualquer coisa. O medo e a insegurança, na
verdade, são compatibilizadas com a falta de Fé, ou o não acreditar em si
mesmo. Acreditar primeiro em Deus e em si mesmo, contemplar este poder em sua
vida é fundamento do médium, seja ele de trabalho ou você que pensa que não é
médium. Por que isto? Porque todos nós, seres humanos, manipulamos forças do
universo o tempo todo, atraímos coisas com o nosso pensamento e sentimento. A
chamada lei da atração é fato!
Por isto que um passo fundamental para qualquer ser humano é
se conhecer primeiro; para um médium é fundamental. Como já citei antes, um
medianeiro, quando é apenas místico ritualístico, passa a ter vários problemas.
Em primeiro lugar, vamos entender o que é um médium apenas místico
ritualístico.
É aquele que faz o ritual, acende a vela, o incenso, se
paramenta todo com roupas, vários colares e se coloca no misticismo de seu
trabalho sem o conhecimento devido do que está realizando. Não sabe o porquê de
acender a vela, dos elementos dispostos na mesa, não sabe o significado dos
colares dos paramentos. Este irmão, quando tiver em sua vida um problema, não
saberá como contemplar, pois tudo está sem sentido. Ele não tem a Fé
contemplativa e é um sério candidato a colocar o livro preto debaixo do braço e
com seu terno bem apanhado vai dar seu testemunho contra uma religião das mais
fantásticas do planeta.
O médium de Umbanda tem o místico e o ritualístico; porém,
diferente do médium citado anteriormente, ele sabe de todos os fundamentos e
sua base está bem alicerçada nos ensinamentos Crísticos de Oxalá. Ele conhece a
si mesmo, sabe que os elementos são importantes, a vela, a pedra, as guias, a
toalha, a vestimenta, etc..
Mas sabe que o mais importante está em seu coração e em sua
mente. O médium de Umbanda atua ajudando sempre com humildade, aprendendo com
quem sabe mais, e, ensinando ao que sabe menos, servindo à sua casa e aos
propósitos espirituais sempre. O médium de Umbanda não julga, não calunia
ninguém, não usa da espiritualidade para tirar proveito, não usa de suas forças
para atacar. O médium de Umbanda é um Servidor de Deus e suas palavras sempre
serão de elevação.
É necessária a determinação para seguir na prática do bem,
só assim seremos vencedores nos campos de batalha da vida; mas jamais use de
sua sabedoria ou de sua mediunidade para atingir quem quer que seja. Seja
pacificador; o que age assim é reconhecido como ser Crístico, uma pessoa
iluminada, um verdadeiro médium de Umbanda. Esta determinação é que faz um
vencedor, e na verdade um médium de Umbanda, como já citado, é diferente, pois
passa a ter à sua volta recursos dos mais importantes. O que são estes
recursos? Para que a compreensão seja muito tranquila, não quer dizer que se
tire proveito do que se tornou e sim o médium que atua dentro dos campos do bem
sempre será beneficiado. As ações que envolvem esta prática espiritual positiva
são lançadas no universo e este se encarrega de entregar novamente a quem a
enviou. Atributos necessários para que sejamos merecedores das dádivas de Deus
estão dispostos em nossa vida para que usemos, mas se faz imperioso ressaltar
que estamos aqui encarnados e as provações ocorrem. Todo ser encarnado vai ter
pedras no caminho, muitas vezes os obstáculos se agigantam de tal forma que a
fé é passada pela provação. Ser médium é ter este discernimento e jamais
indiquemos nossas forças como causadoras de nossas perdas por falta de
proteção, mas compreendamos que aprendemos também com as quedas. Deixemos de
nos inquietar por motivos irrelevantes, sejamos dotados de paciência para que
alcancemos nossos objetivos.
Um medianeiro, quando instruído e sempre em busca de seu
aperfeiçoamento, será recomendado no auxílio daquele que se encontra
fragilizado ou mesmo sem rumo sobre as questões da vida. Quando dotado do
conhecimento, se coloca como orientador de vidas, com responsabilidades que
devem ser pautadas na conduta ética. O altruísmo é virtude nata de um médium de
Umbanda, que se entrega na tarefa edificante sem jamais colocar valores
monetários na contraparte do atendimento religioso. O que se ganha sempre será
a elevação espiritual pelo ato de servir, onde o médium se coloca apenas como
um instrumento das forças da espiritualidade, entendendo que o que se faz não
passa de uma obrigação assumida perante Deus e os Orixás como medianeiro dentro
de sua religião.
Caracteriza-se assim um médium de Umbanda, onde este assume
o papel de ser um exemplo à sociedade, para seus irmãos, para seus contrários.
E lembrando, um religioso de Umbanda jamais alimenta aspectos de inveja, de
raiva; sendo assim, não possui inimigos e sim se entende que estes servem em
sua jornada como forjadores de sua elevação. Aquele que não consegue se
desvencilhar deste lado rancoroso e negativado da fragilidade humana ainda não
se encontra preparado o suficiente para ser chamado de médium de Umbanda. O que
faz um médium não são suas obrigações espirituais ritualísticas, que são
fundamentos importantes, mas o que faz um verdadeiro médium é sua postura ética
sobre a base de vivenciar os aspectos Crísticos da religião de Umbanda.
Juramento do Médium
Juro como médium de Umbanda respeitar a Deus e minha
religião através da ética dentro das bases Crísticas de Oxalá.
Coloco-me à disposição da espiritualidade, para servir e
ajudar no crescimento de minha casa e de minha religião.
Comprometo-me a respeitar a hierarquia, buscar aprender
sobre a espiritualidade de Umbanda, respeitando com lealdade os fundamentos do
templo que me acolheu.
Jamais utilizarei de minha mediunidade de maneira desonrosa
ou desleal.
Juro, como médium de Umbanda, ser um servidor e aprendiz
para enaltecer e elevar, em nome de Deus, os aspectos de minha religião.

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